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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Bergen-Belsen

   Hoje escrevo-vos ainda com a emoção de tudo o que vivi nestes dois últimos dias: Fui visitar o Memorial de Bergen-Belsen, e prestei homenagem a Anne Frank, algo que sempre desejei fazer!





   Sempre fui fascinada pela Anne desde que li o seu diário pela primeira vez. Desde essa altura que tento conhecer mais da sua história. A partir do momento que passei a viver no Luxemburgo, visitar os locais que faziam parte das suas rotinas, tornou-se ainda mais fácil. Inevitavelmente, a ideia remota de visitar os antigos campos de concentração, tornou-se cada dia mais presente... e Bergen-Belsen encabeçava essa lista.


   As autoridades militares alemãs montaram o campo de Bergen-Belsen em 1940, num local ao sul das pequenas cidades de Bergen e Belsen. O complexo era constituído por numerosos campos, criados em épocas distintas. Havia três campos principais: o de prisioneiros de guerra, o de "residência", e o de "prisioneiros". Até 1943, Bergen-Belsen foi exclusivamente um campo para prisioneiros de guerra, usados como moeda de troca para recuperar soldados alemães que também haviam sido capturados.
   Após algum tempo e como os outros campos de concentração começaram a ficar lotados, Bergen-Belsen foi ampliado para receber também judeus, homossexuais, ciganos e deficientes físicos. A chegada de milhares de novos prisioneiros esgotou os escassos recursos do campo.
   Este não era um campo de extermínio, não possuía câmara de gás, mas a super-lotação, as péssimas condições sanitárias e a falta de alimentos, água e abrigo adequados levaram a um surto de doenças como o tifo, a tuberculose e a desinteria, que haveriam de dizimar milhares de prisioneiros
   A 15 de abril de 1945, as forças britânicas libertaram Bergen-Belsen. AliAli encontra cerca de 60.000 prisioneiros e milhares de cadáveres espalhados a céu aberto. Mais de 13.000 ex-prisioneiros, morreram após serem libertados.










   Esta experiência é um verdadeiro "murro no estômago"! O outrora campo de concentração é agora espaço vazio: já não há dormitórios, e os vestígios são muito poucos, apesar dos locais estarem devidamente assinalados e documentados (epois de evacuarem Bergen-Belsen, as forças britânicas queimaram o campo para impedir a disseminação do tifo.)
   Mas o registo histórico, as fotografias, os testemunhos dos sobreviventes, as campas, as valas comuns... não há palavras que exprimam os testemunhos de tanta atrocidade e maldade! nem as flores, que nascem em qualquer lugar, nem o canto dos pássaros consegue aplacar a dor que se instala nos corações.







   Foi aqui que a Anne morreu: depois de terem sido descobertos no anexo, Anne e a família foram encaminhados para o Campo de Westerbork. Cerca de um mês depois são enviados para Auschwitz. No inverno de 1944, Anne foi mandada para Bergen-Belsen, juntamente com Margot. Em Março de 1945 viriam a morrer de tifo. 
    A sepultura de Anne e de Margot é simbólica, pois não se sabe onde estão sepultadas. 





                         


                          






   Há muitas valas comuns onde muitos e muitos corpos foram enterrados: quando os soldados ali chegaram para libertar os prisioneiros, encontraram um cenário desolador, com corpos espalhados por todo o lado. A solução foi fazer valas comuns, para que todos pudessem ser enterrados.